Ela curtia carros e salgados,
amava as alturas e as profundezas, imitava gatos e era apavorada por aranhas,
rejeitava princesas e sonhava em ser um super-herói, era psicóloga sem formação
e tinha um Q de sociopata. E além do aquém, tudo o que existisse se tornava
incapaz de deixá-la tão atordoada quanto uns míseros relacionamentos humanos. Ansiava pela simplicidade de poder expor seus sentimentos sem represálias e
compartilhar o amor que sentia para com outro humano, mas achava tão difícil
entender os pensamentos alheios, se assustava ao pensar que talvez nunca fosse
conseguir... e se calava, mudava de assunto toda vez que ele falava, tentava
ser mais racional, mais forte e sempre se sentia mais infantil do que se
permitia ser. Sua caneta então se transformava em um porta-voz de sentimentos e
a internet em um diário, onde ela esperava que nenhum humano pudesse de fato
compreender suas poucas palavras.
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